Pinacoteca do Estado de São Paulo
A Pinacoteca do Estado de São Paulo é o mais antigo museu de arte do estado e por muitos anos teve uma estreita relação com o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Em 1897, Ramos de Azevedo - que dirigia o Liceu - conseguiu do governo do estado a doação de um terreno desmembrado do Jardim da Luz para a construção da sede do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
O projeto do edifício ficou a cargo do escritório do próprio Ramos de Azevedo com colaboração de Domiziano Rossi.
Erguido entre 1897 e 1900, por falta de recursos o edifício foi inaugurado inacabado quando recebeu alunos de instrução primária e pouco tempo depois o Ginásio do Estado. Por sua vez, as oficinas do Liceu foram alojadas no porão onde o pé-direito era baixo, num espaço subdimensionado para a quantidade de alunos e inadequado para as atividades ali executadas. A situação nas oficinas do Liceu logo torna-se insustentável, então Ramos de Azevedo solicita ao governo do estado a doação de um novo terreno na Rua da Cantareira onde são construídos galpões industriais, estes sim apropriados para as oficinas.
Em 1905, o governo do estado cria Pinacoteca do Estado de São Paulo. José Cardoso de Almeida, responsável pela implementação do projeto de criação do museu, solicita ao Liceu a cessão de um salão no prédio do Jardim da Luz. O acervo inicial, um conjunto de 26 pinturas, viria do que seria o primeiro dos desmembramentos do acervo do Museu Paulista, então Museu do Estado. A Pinacoteca do Estado de São Paulo é inaugurado em dezembro de 1905.
A partir do começo da década de 1910, a maior parte das atividades do Liceu passa a ser concentrada no endereço da Rua Cantareira. Assim o edifício no Jardim da Luz vai perdendo progressivamente a sua função original.
Em 1911, a Pinacoteca do Estado de São Paulo é regulamentada como museu público estadual.
Em 1924, o Ginásio do Estado é transferido para outra localidade liberando espaço para a Pinacoteca, mas a Segunda Revolta Tenentista obriga o fechamento do museu que é atingido por balas de fuzis e granadas.
A partir da morte de Ramos de Azevedo em 1928, a situação da Pinacoteca começa a se deteriorar e em 1930, o prédio do museu sofre um incêndio onde é destruída grande parte dos registros históricos do Liceu. Após os reparos, o governo do estado determina a cessão de toda a ala direita do prédio para abrigar o Grupo Escolar Prudente de Moraes. Em outubro do mesmo ano durante a Revolução de 1930, o museu é fechado e o edifício cedido para abrigar os soldados da Primeira Legião, vindos do Paraná. O acervo da Pinacoteca começa a ser disperso por diversos órgãos públicos.
Na Revolução Constitucionalista de 1932, o edifício é requisitado para abrigar o Batalhão Militar Santos Dumont. Os setores administrativos da Pinacoteca são transferidos para um edifício na Rua Onze de Agosto, Sé, onde funcionava a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. O Liceu, por sua vez, transfere para suas instalações na Rua Cantareira os poucos setores que ainda funcionam no edifício da Luz.
Em 1936, a Pinacoteca do Estado de São Paulo reabre ao público no edifício da Rua Onze de Agosto.
Nos anos seguintes, a prefeitura acaba desapropriando todo um quarteirão da Rua Onze de Agosto com a intenção de demolir tudo e erguer Praça Clóvis Bevilacqua. Em 1946, o governo do estado resolve adquirir o edifício do Jardim da Luz do Liceu e em 1947, o museu volta para a sua casa original.
Entre 1994 e 1998, o edifício da Pinacoteca do Estado passa por uma grande reforma. O projeto concebido por Paulo Mendes da Rocha opta por cobrir os vazios internos do edifício com clarabóias de aço e vidro laminado e interligar os pátios laterais com passarelas metálicas.
Em junho de 1997, para acelerar a conclusão da reforma, o prédio é fechado à visitação e a pinacoteca passa a funcionar temporariamente no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega do Parque Ibirapuera.
De volta à sede própria, o museu é reaberto ao público em fevereiro de 1998.
Em 1999 o Jardim da Luz passa por ampla reforma e reabre com a exposição Esculturas Monumentais Européias, marcando o início de uma maior interação entre o museu e o parque.
Em 2004, o museu incorpora o antigo prédio do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). O novo espaço é denominado Estação Pinacoteca.